terça-feira, 4 de agosto de 2009

INTEGRANTE DO MAB NA PB É ASSASSINADO!

Integrantes do MAB pedem proteção para 470 famílias


Por: JOÃO PAULO MEDEIROS




O clima entre os municípios de Aroeiras, Natuba e Itatuba, localizados no Agreste paraibano, onde estão situados quatro assentamentos de famílias deslocadas da região onde foi construída a Barragem de Acauã está tenso. Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) da Paraíba denunciam a existência de grupos de ‘jagunços’ e a ação de pistoleiros, que estariam ameaçando cerca de 470 famílias. Na manhã de ontem, um dos líderes do movimento, Oswaldo Bernardo, e outros trabalhadores procuraram a sede da Polícia Federal para denunciar os fatos, e pedir proteção para as famílias.
As hostilidades aumentaram nos últimos dias, de acordo com os membros do movimento, nos assentamentos ‘Melancia’ e ‘Cajá’, em Itatuba; ‘Pedro Velho’ em Aroeiras e ‘Costa’, no município de Natuba. De acordo com a entidade, os militantes já vinham denunciando há algumas semanas o crescente clima de tensão na região, causado por ameaças de morte. Na madrugada da última quarta-feira, os moradores do assentamento Pedro Velho ficaram assustados ao ouvir disparos realizados por homens desconhecidos. Instantes depois, populares encontraram o corpo do agricultor Odilon Bernardo Silva Filho, 33 anos, caído em frente a uma residência da comunidade. Segundo a polícia, ele foi abordado por criminosos ainda não identificados e atingido com seis tiros de espingarda calibre 12 no tórax e na cabeça.
De acordo com os policiais, a vítima chegava na casa quando foi cercada pelos bandidos e executado. Apesar do crime ter ocorrido por volta das 4h, os moradores informaram à polícia que não reconheceram nenhum dos indivíduos, que estavam encapuzados. Uma semana antes, um rapaz que passava de moto próximo a um dos assentamentos, em Itatuba, foi atingido com um tiro pelas costas. Para os militantes do movimento, os crimes têm relações claras com as ameaças feitas pelos grupos, já que Odilon Bernardo era um dos líderes do movimento e já havia recebido ameaças de morte.
“Isso é uma maneira de tentar desmobilizar os trabalhadores. Nós vínhamos denunciando várias irregularidades na região, o que motivou a ira dessas pessoas. Certamente a morte de meu irmão foi sob encomenda”, relatou o irmão de Odilon, Oswaldo Bernardo. De acordo com os trabalhadores, a morte do integrante do movimento teve como objetivo servir de aviso para os membros das demais famílias, e podem ter sido motivada pelos grupos denunciados pelos agricultores. Conforme os trabalhadores, as denúncias também foram encaminhadas à Polícia Federal campinense, e há indícios até mesmo de fraudes em programas federais.
O delegado da cidade de Aroeiras, Everton de Almeida, informou que o crime ainda continua sem esclarecimento e que nenhum morador ou parente da vítima foi ouvido para esclarecer o caso। “Até agora nós não temos nenhuma pista, mas vamos investigar para tentar identificar os autores desse crime. Pelas informações que temos até agora, não é possível concluir se o crime tem relações com questões de terra”, ressaltou o delegado.

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